o preciso é impreciso e preciso do impreciso e preciso dos reflexos da cidade nas poças de chuvas. do reflexo de mim mesma nos sentimentos dos meus. meus medos refletidos em cada um que parte. reflexo dos meus anos no espelho. reflexo de mim no livro do Burgess. A for Alex. depois de um mês inteiro de trabalho intenso. de reafirmar escolhas e ser incentivada por quem eu respeito imensamente. agora a nova vida que aponta no horizonte. cimento queimado e pastilha preta. o atrazo o vazamento a vizinha arquinimiga. tinta epox para os azulejos e acabamentos de inox. madeira e vidro. anti-ruído. minha 33ª volta ao redor do sol. meu pai comigo. sempre meu amigo. as nossas semelhanças e as nossas diferenças não afligem nossos laços de amor. tinham os meus amigos e meu amor. teve também quem faltou. e no fim não foi como eu imaginei. imaginei-me numa mesa a noite toda com só os meus. mas acabei tonta. aos poucos consegui dar atenção a alguns. mas não a todos. no fim foi crasse. depois voltando ao apartamento. de volta as obras. e agora parece que vai. e eu venho pelo minhocão todo dia no fim do dia e o caminho é lindo. só preciso descobrir um jeito de chegar no jazz. que era para ser jazz mas acabou virando dança contemporânea. e para mim tá tudo bem. até começar a expressão corporal. e a minha vergonha é refletida naquele espelho tão grande quanto minha segunda em grand plié.